sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Oficina G3- Nada é tão novo, nada é tão velho

Após o sucesso do primeiro álbum, com músicas tocadas ao vivo, o Oficina G3 foi para o estúdio gravar o seu primeiro disco com uma gravação padrão. O que vimos foi muito rock, com muitos solos de guitarra e um peso maior em seu som. Naqueles anos, a banda era o que produzia mais rock and roll no cenário cristão, o que acabou atraindo muitos fãs. Além de composições inéditas, eles também trouxeram algumas músicas do álbum anterior em versões de estúdio, sendo muito melhor trabalhadas e limpas para se ouvir. O Oficina G3 me parece ter se inspirado bastante em bandas nacionais da época, como por exemplo o Titãs, que é a que vejo ais próxima do Oficina em nível musical. O vocalista da banda seguia sendo Juninho Afraim, que é um ótimo vocalista com uma voz muito potente.


Uma das músicas mais conhecidas da banda abre o disco, a muito cantada "Mais que vencedores", que busca falar da identidade do cristão, que de fato é alguém ais que vencedor. Temos um clássico solo de guitarra no meio da canção, que é fácil de agradar, com um refrão de vitória e que de fato gruda na mente de quem escuta. A canção "Pastor" é baseada no Salmo 23, que tem o baixo sendo o instrumento que guia a música enquanto Juninho canta uma letra que acaba sendo bastante evangelística. Após muito barulho, solos de guitarra e rock and roll, seguimos com a calma "Resposta", sendo uma composição que exalta o nome de Jesus, o filho de Deus. Após esse toque de calmaria, os rifs de guitarra retornam com "Valéria", que conta sobre a vida de uma garota que vivia uma vida muito ruim, bagunçando bastante, mas um dia encontrou Jesus. Esse tipo de letra era muito comum nas bandas de rock gospel, ao atrair pessoas para ouvir um bom som contando sobre como era viver uma vida com Cristo, longe das coisas desse mundo.

O interessante é a canção que vem a seguir, que vai totalmente ao oposto do estilo de músicas tocadas no meio cristão, que aos poucos saia daquele pensamento de que guitarra e bateria não eram tocas dentro da igreja. Sendo assim, temos um heavy metal, com a canção "Razão", que é cheia de solos de guitarra, sendo a música mais pesada do álbum. A letra fala sobre o vazio que as pessoas sentem, e que Jesus pode vir a preencher o vazio que as pessoas sentem. "Deus é eterno" é mais leve e introspectiva, ao contrário da canção "Consciência de liberdade", que traz o rock novamente para dentro do repertório do disco. As letras da banda ficam mais profundas em "Perfeita união", que traz muitas metáforas. É nessa canção que se fala a frase do título do álbum, "Nada é tão novo, nada é tão velho". Talvez a ideia seria falar que não devemos desvalorizar nem o que é novo e nem aquilo que é velho. Após essas composições inéditas, o Oficina G3 traz músicas do álbum anterior em suas versões dentro do estúdio. Eu falo das canções "Viver por fé", "Cante", "Parar e pensar" e a de maior sucesso da banda, "Naves imperiais".

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