quarta-feira, 17 de julho de 2024

Entrevista com Deus

Com um título desses, rapidamente o filme acabou chamando a atenção. Imagine só, um jornalista teria a oportunidade de entrevistar o criador, podendo assim perguntar qualquer coisa. Logo, a produção chamou a atenção dos cristãos, que criaram a expectativa para entender se teríamos profundidade no roteiro ou seria apenas um título para chamar a atenção. A história busca mostrar o jornalista Paul, que passou pelos traumas de uma guerra e que agora lida com problemas no seu casamento. É quando ele tem a grande oportunidade de sua vida, a de entrevistar o próprio Deus, podendo assim realizar perguntas teológicas profundas, assim como também questões ligadas a sua própria vida.


Já podemos dizer que apesar do ótimo título, o filme não consegue atender as expectativas daquilo que foi proposto. A vida de Paul acaba sendo mostrada de uma maneira confusa, inclusive os conflitos com sua esposa. Em meio a uma praça, em uma mesa de xadrez, vemos Paul conversando com Deus, com o intuito de fazer a melhor entrevista da sua vida. O ser humano gosta de respostas prontas, quer que os segredos sejam revelados, mas não é isso que acaba acontecendo, pois o criador busca fazer com que o próprio entrevistado encontre as respostas enquanto segue fazendo as suas perguntas. Alguns buracos acabam aparecendo no roteiro, pois não sabemos o  motivo pelo qual surge a entrevista, já que ficamos sem saber porque Paul entrevista Deus. Ele queria apenas crescer no trabalho com uma matéria bombástica ou ter respostas para suas crises? Também nos perguntarmos sobre as pessoas, elas iriam acreditar no contexto e teor da conversa? Já que a crença em Deus é algo pessoal e gera bastante discussões no mundo.

Paul realiza perguntas curiosas, que qualquer um as faria, como a respeito do Paraiso, livre arbítrio e sobre a vontade de Deus, mas que ficam sem termos respostas profundas. É nesse ponto que o roteiro mais me incomoda, pois poderíamos ter uma mensagem profunda a cerca da criação, do relacionamento do homem com o Pai e tantas outras coisas. Mas o que recebemos é um roteiro raso e sem impacto, levando até mesmo o filme "Todo poderosos" de Jim Carrey, ter mais profundidade na mensagem que busca passar com os seus diálogos. Aos poucos vamos entendendo que Paul e a esposa possuem dificuldades para ter filhos e nesse ponto, ele acaba encontrando as respostas para suas perguntas mais pessoais, mas nada no âmbito geral. A cada pergunta, o criador diz que já temos a resposta, para cada pergunta mais profunda feita por Paul. O ritmo do filme também acaba sendo mais lento, o que pode incomodar bastante quem gosta de cortes mais rápidos. Quanto ao personagem de Deus, vemos que ele nos instiga a querer saber mais sobre Ele, e vemos que isso é possível fazendo a mesma coisa que Paul fez, através da oração e conversa diária com o Senhor.

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