terça-feira, 28 de novembro de 2023

Jovens e adultos, a eterna discussão de gerações

Dentro da vida da igreja temos a oportunidade de viver muitas coisas, e uma delas e o constante contato entre as mais diversas gerações. Temos os anciões, temos os mais maduros, os jovens e as crianças. Dentro desse relacionamento alguns conflitos podem surgir, já que o ímpeto da juventude sempre acha que sabe mais do aqueles que são mais velhos, dizendo que aqueles que possuem mais idade já passaram. Por outro lado, os adultos possuem muita dificuldade de ouvir os mais novos, não dando muitas vezes valor e espaço para a nova geração. Esse grande conflito é comum e acontece em todo lugar, pois cada pessoa pensa de uma forma diferente e tenta colocar os seus pensamentos como se fosse a verdade universal. Vamos então discutir sobre esse assunto que as vezes acalora os relacionamentos.


Convivendo dentro da igreja desde os dezessete anos, tenho hoje a oportunidade de ver os dois lados da moeda. Vivi dentro de uma rede de jovens por dezoito anos, vivendo com muita intensidade a vida como um jovem cristão. Me lembro de participar de retiros que marcaram a minha vida, assim como de participar de muitas conferencias com palavras que me levaram minha vida para outro nível. Com o passar dos anos fui percebendo que estava na hora da transição, que a vida é feita de estações, e sábio é aquele que sabe onde deve estar. Pois bem, na rede de adultos vi uma mudança de ritmo, mas também paradigmas que precisam ser quebrados. E assim, no meio desses dois mundos, noto que existe certo conflito em alguns pontos. Por um lado o jovem é conhecido por ser intenso, mas muitas vezes imaturo. Já os adultos são conhecidos por não se envolverem muito, apesar de serem aqueles que contribuem mais financeiramente. No meio desses assuntos, quem esta certo? Qual o melhor estilo de vida? Aquele que vive intensamente ou aquele que sabe o tempo e o modo das coisas?

Precisamos entender o momento em que nossa vida se encontra. É muito feio vermos uma pessoa vivendo totalmente fora do que deveria ser vivido. Todo mundo acha estranho um idoso querendo se comportar como um adolescente, assim como também é estranho vermos um jovem com hábitos de uma pessoa mais velha. Muitos jovens acham que a vida cristã correta é aquela onde você vive por quantidade e intensidade, pois os mais novos participam de todas as atividades da igreja. O que eles se esquecem é de que não possuem esposa e filhos, e por terem mais tempo, acabam participando de mais eventos. Mas isso não significa que um adulto é menos intenso. A intensidade não tem a ver com quantidade de eventos, mas com uma disposição de coração. O jovem que passa uma madrugada em uma vigília é tão intenso como o adulto que passou o final de semana trabalhando, mas com um coração totalmente voltado ao Senhor. É comum da idade achar que sabe de tudo e que quem é mais velho é mais devagar. Eu também cai nessa armadilha quando mais novo, mas hoje tenho clareza de que é possível viver o melhor de Deus, não importa a idade. O adulto não deve desvalorizar o mais novo, tendo disposição até mesmo para aprender com eles. Os maduros precisam ser inspiração a eles, e não entrar em competição. Por outro lado, o jovem precisa aprender o respeito e a honra, entendendo que se tornará um adulto. Pois o jovem que não cresce, é um eterno Peter Pan. Sábio é aquele que compreende a transição de gerações decide aprender, sem entrar em competição e discussão.

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